Quem não compreende um olhar tampouco entenderá uma longa explicação - Mário Quintana

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Seria cômico se não fosse trágico


É difícil conseguir expressar o que pensamos da melhor forma possível. Ser claro é sempre um desafio. Eu, talvez, por exemplo, seja muito boa de escrever e de outras coisitas, mas devo deixar a desejar quando falo.
É evidente que colocar no papel o que se sente não é tarefa fácil, mas vale a pena o exercício.
A história começa com a surpresa diante da reação das pessoas frente a determinadas situações. Um dia você tem uma conversa com alguém. Ora, você tem um mínimo de intimidade e liberdade com aquela pessoa e, nada mais natural do que bater um papo, certo? Você conversa sobre tantas coisas, porque não pode conversar sobre você mesmo?
O que faz é expressar sentimentos, percepções, etc e etc.

Ouvir alguém dizer que gosta de você de verdade é algo ruim?
Penso que não.
Ouvir alguém dizer que se relaciona apenas com você é algo ruim?
Penso que não também.
Então, para quê tanta dificuldade em acreditar e aceitar?
É a mais pura verdade!
Independentemente da ordem da fala, da forma da fala e do momento da fala, o que importa é a mensagem transmitida. Óbvio que gestos “falam” mais do que mil palavras e o que não falta são gestos de carinho para alguém querido. Gestos comunicam muito bem. É que, às vezes, usamos a comunicação verbal, pois simplesmente não há razões para demonstrar superficialidade e impessoalidade quando não é isso que sente no íntimo.

As pessoas escolhem o que querem para suas vidas. Escolhem sua profissão, suas programações, seu estilo de vida, seu carro, sua casa, seus amigos, seus “amores”. Tudo isso dentro de uma escala de prioridades por meio da qual elegem o que querem preferir num determinando momento de vida.
O dicionário define pri.o.ri.da.de como: sf (lat med prioritate) 1 Qualidade ou estado de primeiro; antecedência no tempo. 2 Precedência no tempo ou no lugar; primazia, preferência. 3 Direito de falar primeiro ou de ser atendido em primeiro lugar.
Se prioridade é aquilo que vem em primeiro, cabe-nos fazer uma reflexão sobre o que colocamos em primeiro lugar. A ideia de prioridade está alinhada ao conceito da preferência, ou seja, priorizamos coisas ou pessoas, dando a elas o “primeiro lugar”, pois de uma forma ou de outra as preferimos dentre as demais opções disponíveis.
Tem gente que prioriza o trabalho e, então abre mão, por exemplo, de uma vida social agitada. Com isso, restringe as possibilidades de ter mais momentos de lazer e entretenimento, por exemplo, pois por alguma razão muito pessoal entende que naquele momento o principal, o que vem primeiro na sua vida é o trabalho. Prefere desenvolver-se profissionalmente e ponto.
Tem gente que prioriza a saúde e qualidade de vida. Pessoas assim têm uma alimentação regrada e balanceada, realizam atividades físicas diariamente e etc. Por priorizarem a saúde, deixam de lado umas horinhas a mais de lazer, por exemplo, para se manter na academia em busca de um bem estar que consideram o “primeiro” em suas vidas.
Tem gente ainda que prioriza a vida social e a convivência com as pessoas. Para elas, o que vem primeiro são as relações sociais, os amigos, a família, os “amores”. A prioridade é sentir-se bem com aqueles entes queridos.
Há inúmeros exemplos possíveis de coisas/pessoas a serem priorizadas em nossas vidas. Na verdade, não há uma receita de bolo padrão que nos diga o que devemos priorizar. Lembre-se que PRIORIZAR=PREFERIR=ESCOLHER. Escolhas são extremamente pessoais. Só seu próprio íntimo para fazê-lo optar por um estilo de vida a ou b, por uma companhia a ou b, por um emprego a ou b.
E, então, você “prefere” alguém. Mesmo que tudo tenha começado “ao acaso”, você passa a gostar e prioriza aquela pessoa. Conheço alguém que costuma dizer: “Muitos são aqueles que merecem a 1ª vez, poucos são os que merecem a 2ª e escassos são os que merecem a 3ª vez". Ah, esse alguém merece muito mais do que a terceira vez!

O tempo vai passando e o que começou de forma casual parece mais "forte". Quando você se dá conta, está, de certa forma, envolvido com aquele alguém. Coisa difícil de entender, afinal gostar de alguém não é algo que a gente consiga explicar muito bem o porquê acontece. É sempre um conjunto de elementos. Você gosta da pessoa, da voz, do jeito que ela faz carinho no teu cabelo, do jeito que ela dorme agarrado com você, do jeito que ela pensa sobre as questões mais diversas, do modo que ela vive, da boa convivência que há entre vocês, das identificações comuns, lá lá lá.
Ora, você passa vários minutos diários com a pessoa ao telefone, vocês sempre querem saber se está tudo bem, vocês se encontram sempre que possível, vocês consideram relevantes as opiniões de um e outro acerca de assuntos bem pessoais como, por exemplo, grana e investimentos, vocês fazem questão de comprar produtos que agradem um ao outro, pois sabem do que gostam, vocês dividem o cobertor de um jeito super especial e delicioso, você chega de viagem e avisa o outro, o outro faz questão de sempre agradar e paparicar, vocês se importam, vocês gostam da companhia, do papo e tudo mais. Ela acha ele ótimo. Ele a acha engraçada e por aí vai. Contexto perfeito, não?
Há motivos para não se "envolver"?
Há como pensar que uma convivência agradável assim ocorre concomitantemente com outras pessoas?
Lógico que não! Na sua cabeça, há um envolvimento natural e real, que “evolui” com o passar do tempo de ambas partes. Pode ser até ingênuo, mas fica difícil conceber a ideia de que tal convivência agradável e carinhosa não seja algo exclusivo dos dois e apenas e tão somente dos dois. Impossível ser tão "próximo" assim de várias pessoas ao mesmo tempo, afinal alguém há de ser especial. Você gosta, se sente à vontade, bem e feliz ao lado da outra pessoa. Confia e pensa então que a tal “preferência” (aquela do conceito de prioridade) é super espontânea e recíproca.
Mas, será que há então o mesmo nível de prioridade?
A reação foi inesperada, “brava”, séria e indiferente.
Seria cômico se não fosse trágico descrever o cruel olhar.
Talvez você não quisesse ouvir que alguém gosta de verdade de você.
Talvez você esperava que o outro gostasse menos.
Talvez você não queira que alguém goste puramente de você.
Compreensível. Afinal, cada um tem suas prioridades (preferências) na vida, certo?
Mas, já que era uma conversa qualquer, porque se manter calado? Bastava ser tão sincero quanto o outro.
Afinal, como imaginar que um bate papo normal e tranqüilo fosse gerar descontentamento de uma das partes?
Era para se ter ficado feliz com o que foi dito.
Reação imprevisível e difícil de compreender. (kapuxê, kapuxê, kapuxê!!!)
Não dava para vislumbrar que uma simples conversa fosse tornar as atitudes diferentes.
Que sensação estranha e triste!
Talvez essa seja a forma que encontrou para “sair do contexto” e, enfim, transmitir a sua mensagem.
Mensagem esta de quem que realmente não quer ser gostado por outro alguém.
Incoerente e contraditório com a realidade que estava sendo vivida, mas...

Respeita-se o fato de que essa possa ser sua escolha.

P.S: O apelido é simples e bobo, mas foi criado com mega espontaneidade e especialmente para você! O número do celular também foi adquirido exclusivamente para você! Todos os carinhos, os agrados, as palavras e os textos foram sempre feitos de coração, com muita sinceridade e com os melhores sentimentos possíveis unicamente para você!

Nenhum comentário:

Postar um comentário