Quem não compreende um olhar tampouco entenderá uma longa explicação - Mário Quintana

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Getting crazy...‏


Começo a pensar que estou andando na contramão dos caminhos “naturais” da vida. Quiçá começo até a duvidar do meu grau de “normalidade” ou de semelhança às pessoas comuns. Fato é que quanto mais velho, mais maduro, mais adulto você fica, mais vai se conscientizando do quanto as coisas por aqui são bem mais sérias do que imaginamos.

Antes, você era uma criança/um adolescente mimadinho. Tinha apenas que estudar, tirar boas notas nas provas, ser “pop” no colégio (se fosse seu perfil), andar de bicicleta/patins, assistir a sessões de filmes à tarde, ser um bom filhinho e dormir cedo.

Depois, você cresce, entra na faculdade e ainda que com um mega “paitrocínio”, a vida começa a lhe apresentar situações nas quais você tem que se virar “on your own”. E, então, você consegue seu primeiro emprego, apresenta seu primeiro namorado num almoço de domingo para família, faz aquela viagem inesquecível, vive situações enquanto adulto até então inimagináveis e por aí vai... Life goes on! Você vai morar sozinho, se forma, estuda idiomas diversos, faz Mba, muda de emprego, começa a perceber que seu namorado passa mais tempo na sua casa do que na dele, a família começa a te cobrar casamento, você começa a se interessar por criancinhas, você é promovido, começa a coordenar uma equipe e...

Parece que você entra na crise dos 30. Prima Carol sabe bem o que é isso. Mas, enfim... tudo vai dando muito certo e as pessoas teoricamente “normais” vão seguindo o rumo “natural” da vida. Ora, se você já tem formação, se você já tem emprego, se você tem grana, se você tem uma casa, se você tem um companheiro, qual o próximo passo? Juntar os trapinhos!!! Aderir ao evento mais tradicional da sociedade: o casamento! Esse assunto era coisa tão distante para mim e agora me “persegue” quase que diariamente em e-mails, reuniões e ligações. Minhas amigas estão se casando, o pessoal do trabalho também, fora isso ainda tinha as pressões de namorado, as indiretinhas da família, o avanço natural na idade... Como pode esse tema ter virado pauta assim? Será uma regra social?

Penso que o matrimônio deve ser uma experiência “unique”, mas confesso que acompanhar de perto tantos pré-casamentos está me causando esses sintomas modernos estranhos. Quem me conhece, sabe que tenho um perfil bastante independente, prático e objetivo. Óbvio que eu me apaixono, que adoro estar com alguém e que vivo intensamente o amor. Soy escorpio y caliente! Mas, um tanto quanto cautelosa no quesito “next steps”. Talvez isso seja coisa que adquiri no meu último emprego.

Indústria química multinacional. Mulheres lindas, super inteligentes, mega competentes, bem sucedidas e cobiçadas por homens interessantíssimos. Acho que devo ter idealizado algo como “Quero ser assim!” E por incrível que pareça, todas elas, na época, tinham em comum o receio/a fobia em relação ao matrimônio. Por conta disso, viviam a vida de maneira livre, leve, e solta.

Homem para elas tinha a ver com uma companhia agradável, com uma viagem tranquila no final de semana, com um bom vinho, com um jantar a dois num restaurante reservado e aconchegante, com uma conversa interessante, com a gentileza de puxar a cadeira para sentar, de abrir a porta do carro para entrar. Homem tinha a ver com a postura, com o olhar, com o cheiro, com o jeito, com a voz. Nossa, será que foi isso que eu aprendi no ambiente corporativo?

Ahh a voz de um homem! O que dizer sobre isso??? Tem coisa mais atraente, mais sedutora e mais fascinante do que a voz de um homem? Já imaginou o romântico Bryan Adams cantando “Heaven” a capela ao pé do seu ouvido? Ou ainda o intenso Eddie Vedder do Pearl Jam cantando o clássico “Black” only for you? Tem também a voz do “tiozão” Steven Tyler do Aerosmith em “Crazy”... Take it easy Mariana!!! Vozes masculinas que matam! Até o tupiniquim Willian Bonner com seu tradicional “Boa Noite” tem seu “Q” de charme.

Fato é que o tempo está passando e apesar de tudo estar dando muito certo segundo “padrões da sociedade”, me sinto em determinados momentos um “peixinho fora d´água”. Será isso normal? Casamento é coisa séria demais! Não dá para brincar. Também não dá para pensar. Tem acontecer rápido, quase que no susto. Quando eu me der conta, já estarei com a aliança no dedo. Xiii, casei! É assim que tem de ser! Enquanto não levo esse susto, sigo o exemplo das colegas de trabalho. Continuo só apreciando a voz e o charme do sexo masculino.


2 comentários:

  1. Mari, tô adorando seu blog.
    Achei sem querer no facebook.

    beijos

    Andrezza
    www.fragmentosdemaya.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Olá Andrezza! Que bom ter sua visita aqui!
    Seja bem vinda e deixe seu devaneio sempre que quiser!
    bjs

    ResponderExcluir